Os impactos da privação do sono no equilíbrio familiar

Dormir bem é, sem dúvidas, um regulador de bem-estar e produtividade. É durante o sono que são reparadas as células danificadas do corpo. Não subestime o que a privação do sono faz no seu organismo, ela pode causar diversos prejuízos tanto à sua saúde como ao convívio familiar. O sono modula o nosso desenvolvimento, funcionamento, comportamento, além das nossas emoções. 

Diversos estudos comprovam que a privação do sono faz o corpo aumentar a produção do hormônio do estresse, conhecido como cortisol, o que ocasiona mais irritação e nervosismo.  Por isso, quem não dorme bem pode acabar se transformando em outra pessoa, muito mais mal-humorada do que o comum.

Mas afinal, o que é privação do sono? Nada mais é do que a pessoa não conseguir ter um ciclo de sono contínuo ou dormir menos do que ela precisa, fazendo com que ela não descanse o suficiente para viver bem.

É muito comum em nossa sociedade atual o aumento da produtividade às custas da privação  do sono, o que leva a um declínio das funções cognitivas, com piora da qualidade de vida e da própria produtividade.

Mas isso pode acontecer também com mães e pais nos primeiros anos do bebê, com estudantes em fase pré-vestibular que acabam virando noites estudando também, muitas vezes sob consumo de energéticos, ou por preocupações diversas, inclusive financeiras.

No caso das mães, com crianças que acordam durante a noite, a privação do sono pode piorar ou acarretar quadros de depressão e confusão mental.   O Filme Tully (2018) retrata como a exaustão materna pode trazer problemas mais sérios ao ambiente familiar.  

Em todos os casos, vale reforçar que a criança não tem culpa, pois é biologicamente esperado que até certa idade da infância aconteçam os despertares noturnos.  O adulto é quem precisa buscar uma rede de apoio e ferramentas para lidar com essa fase da criança. 

O fato é que a privação do sono de uma pessoa afeta não só a ela, mas todas as outras a sua volta. A PS exacerba distúrbios de humor pré-existentes, tais como raiva, depressão e ansiedade. A PS leva à confusão mental, às desorientações temporal e espacial, além de causar fadiga. Autores estudando agressões física e verbal, raiva e hostilidade em um grupo de jovens adultos do sexo masculino descobriram que tais indivíduos relataram agressão e raiva após PS4.

E esse artigo parte justamente desse ponto de vista, com intuito de alertar sobre a importância do sono e trazer dicas de como dormir melhor e ter mais harmonia no  convívio familiar.

Dormir bem é o melhor remédio contra a ansiedade

Uma pesquisa da University of California Barkeley publicada na revista científica Nature Human Behaviour, em 2019, revela que quem passa a noite em claro tem até 30% de chance de ter um aumento nos níveis de ansiedade, ou seja, uma boa noite de sono é o melhor remédio natural para combater o problema.

Conforme os monitoramentos, a equipe percebeu que o fato de não dormir resultava no “desligamento” do córtex pré-frontal medial, região que ajuda a manter nossa ansiedade sob controle. Além disso, eles perceberam que os centros emocionais mais profundos do cérebro ficam notavelmente mais ativos com a falta de descanso.

E nem é preciso fazer parte da pesquisa para saber que, quando temos uma noite bem dormida, todo o nosso organismo se restaura, reorganiza as conexões no cérebro, regula as emoções, diminuindo a reatividade emocional e fisiológica e, consequentemente, a ansiedade.

Ficar sem dormir é quase como dirigir um carro com o pé muito pesado no acelerador, sem freio suficiente. A ausência de descanso irá aumentar os níveis de estresse e acabar resultando em confusões no dia a dia das pessoas que dividem o mesmo lar. E, sem um “filtro” emocional, que só um sono regulado é capaz de fornecer, podemos reagir de forma agressiva e inapropriada.

Dormir é tão primordial que a privação do sono chega a ser uma ferramenta de tortura em países como EUA, Arábia Saudita, Alemanha, China, Israel e Palestina, segundo o relatório da Anistia Internacional. A medida causa  uma confusão mental tão grande, que a pessoa acaba revelando informações devido ao esgotamento.

Como tratar a privação de sono?

Antes de mais nada, é preciso entender que o sono deve ser tratado como uma prioridade. Se for preciso, mude seu estilo de vida, mas não prejudique a sua saúde e o bem-estar da sua família, indo contra essa necessidade fisiológica do corpo.

Recarregar as energias é primordial e podemos contar com a ajuda de profissionais para lidar com  mudanças e dificuldades da melhor forma, preservando a saúde mental e o bom funcionamento do cérebro.

A terapia costuma ser a principal forma de tratar a raiz de alguns problemas  que levam à privação do sono. Mas existem outras inúmeras técnicas como: exercícios de respiração, meditação, massagem, reflexologia, acupuntura, fitoterapia, ortomolecular, entre outras terapias holísticas alternativas que ajudam a aliviar as tensões física e mental.

Outra forma de estimular o sono são os tratamentos à base de plantas, como camomila, valeriana ou erva-cidreira, por exemplo, que são campeões no combate à insônia. Sejam em pó, cápsulas ou chás, elas têm a capacidade de  aumentar o seu relaxamento e ajudam a evitar o uso de medicamentos farmacêuticos, que devem ser a última opção.

A quantidade mínima de horas de sono necessárias pode variar de pessoa para pessoa, mas geralmente é entre 7 e 8 horas por noite. Você pode, inclusive, inalar o aroma de um óleo essencial de lavanda antes de deitar, para melhorar a qualidade das horas dormidas, uma vez que estudos comprovam o efeito relaxante da planta no corpo.

6 dicas para dormir bem e melhorar o convívio familiar

1.    Mantenha constância na terapia escolhida para tratar a privação de sono até que ela comece a surtir efeito, ou então estipule um período de tempo como seis meses, por exemplo, para trocar de método caso não sinta uma eficiência considerável;

2.    Em casa, priorize que as principais refeições sejam feitas em família, de preferência desde o preparo até a hora de comer. Esse hábito une os moradores da casa, dispersa os pensamentos de problemas externos, e ainda é uma grande chance de observarem  juntos quais alimentos os fazem dormir melhor;

3.    Evite o uso de celular, computador ou qualquer outro aparelho eletrônico antes de dormir, pois isso mantém o seu cérebro alerta e atrapalha o sono. Além disso, enquanto estiver na presença dos seus entes queridos, evite o uso do celular e aproveite o momento para desfrutar ao máximo da companhia deles, seja apenas jogando conversa fora ou oferecendo ouvido para seus desabafos. 

4. Só vá para a cama quando for realmente dormir. Se você quer ler, ver televisão, ouvir música, comer, estudar, jogar videogame, trabalhar ou fazer qualquer outra coisa, escolha outro local da casa. Ao criar este hábito, seu subconsciente irá associar a cama ao momento de dormir mais facilmente, favorecendo o sono. E se, ao deitar, o sono não vier, levante-se e dedique-se a alguma atividade calma e livre de dispositivos eletrônicos, em outro cômodo, até se sentir sonolento. Ficar girando de um lado para o outro da cama só gera estresse e mais insônia.

Por fim, duas dicas que não têm relação com o sono, mas certamente são essenciais para um ambiente familiar leve e saudável:

5.    Compartilhe com a família as tarefas domésticas de forma que ninguém fique sobrecarregado(a). O excesso de funções afeta a saúde física e psicológica, logo, dividir as funções e responsabilidades costuma ser muito eficaz para a fluidez do convívio familiar;

6.     Respeite o espaço de cada um, pois sem ele as relações familiares tornam-se desgastadas. Ter empatia e tolerância com as pessoas facilita a comunicação de fácil entendimento;

Nós, da Homey, entendemos que o home wellness – o bem-estar do lar –  deve ser integrativo, ou seja, abrange aspectos mentais, espirituais e energéticos. Por isso, exaltamos a importância de se dormir bem e o forte impacto que a privação do sono pode causar na estrutura familiar, pois, no fim das contas, tudo está conectado. Nosso bem-estar interior reflete no bem-estar exterior e vice-versa. Desta forma, organizando e equilibrando as nossas necessidades básicas é que iremos conseguir equilibrar o mundo ao nosso redor!